Mariane Mendes, Analista de ensino

data: 09 de outubro de 2024

Durante sua apresentação, o Dr. Austen abordou a evolução do cuidado em saúde mental, destacando a transição do modelo biomédico tradicional para um modelo integral e holístico. Ele explicou que essa mudança reflete uma nova abordagem que considera o ser humano em sua totalidade, incluindo aspectos físicos, mentais e sociais, em vez de focar apenas nas condições biológicas. Essa visão ampliada teve um impacto significativo nas políticas públicas, promovendo um entendimento mais abrangente da saúde mental e seu papel no bem-estar geral.

O Dr. Austen discutiu a definição de saúde pela OMS, que considera não apenas a ausência de doenças, mas um estado de completo bem-estar. Esse conceito exige que as políticas de saúde integrem fatores sociais e psicológicos, além dos biológicos, reconhecendo que a saúde mental não pode ser isolada de outros aspectos da vida do indivíduo. Ele também ressaltou as dificuldades em implementar esse modelo na prática de saúde pública, devido a desafios de governança e a necessidade de integrar diversas esferas do governo.



O modelo biopsicossocial, proposto por George Engel na década de 70, é um pilar central da discussão. Engel sugeriu que a saúde deve ser entendida como um fenômeno dinâmico que envolve interações entre fatores biológicos, psicológicos e sociais. Essa perspectiva permitiu avanços nas pesquisas sobre a relação entre estresse psicológico e a predisposição a transtornos mentais, promovendo uma abordagem mais integrada e personalizada no tratamento, como a combinação de terapias medicamentosas e suporte social.

Por fim, o Dr. Austen apresentou os desafios enfrentados na pesquisa de práticas integrativas em saúde mental, como limitações metodológicas e financeiras. Ele destacou a relevância de abordagens como mindfulness e meditação, que têm mostrado eficácia em estudos científicos. A crescente investigação sobre espiritualidade também foi mencionada, evidenciando sua importância no contexto da saúde integral, que busca unir práticas convencionais e complementares, oferecendo uma resposta às limitações dos modelos anteriores.